quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Fantastic Four Nº1



Em 1961, Martin Goodman, um dos directores da Marvel Comics verificou que uma das revistas da National Comics (antiga DC Comics) estava a vender mais que as outras revistas: a famosa Justice League of America, equipa composta por super-heróis de elite como Superman, Batman, Aquaman, The Flash, Green Lantern, entre outros. Nessa época, a Marvel publicava revistas com histórias de monstros. Martin Goodman pediu ao seu editor de comics, Stan Lee para criar uma revista sobre uma equipa de super-heróis que pudesse rivalizar com a JLA.
Stan Lee viu nesta oportunidade a hipótese de criar uma história ao seu gosto, uma história que pudesse gostar de ler e cujos personagens tivessem falhas e não só virtudes, seriam personagens de carne e sangue e que dentro dos seus uniformes coloridos estariam também telhados de vidro.
Lee criou o guião da primeira revista a Jack Kirby que acabou por desenhá-la, criando assim o método Marvel, tendo sido adoptado como procedimento em um ano dentro da empresa.
A primeira coisa que notamos neste primeiro número é que os seus personagens não utilizam identidades secretas nem máscaras para as ocultar. Reed Richards, o Senhor Fantástico (Mr. Fantastic), Susan Storm, a Mulher Invisivel (Invisible Girl e posteriormente Invisible Woman), Johnny Storm, o Tocha Humana (Human Torch) e Ben Grimm, o Coisa (the Thing) formavam uma equipa que também era uma familia. Reed Richards, um génio cientifico, e Susan Storm formavam o interesse romântico; Johnny Storm, o irmão adolescente de Susan Storm e também dando um certo ar de rebeldia, pregando constantes partidas a Ben Grimm, o melhor amigo de Reed Richards.

As primeiras páginas mostram Reed Richards a lançar um foguete ao ar cujo fumo forma as palavras Fantastic Four. Nas páginas seguintes temos as primeiras aparições dos nossos heróis e demonstração dos seus poderes, mostrando de seguida a sua origem. Reed Richards pretendia estudar os raios cósmicos e para isso convence os restantes membros da equipa a irem num foguetão não autorizados aventurarem-se no espaço. Devido a falhas no isolamento, acabam por ser atingidos por radiação cósmicas, sofrendo as mutação que lhes dão poderes. Reed Richards torna-se elastico, Susan Storm pode tornar-se invisivel, Johnny Storm pode criar fogo à sua volta e voar e Ben Grimm torna-se numa criatura de aspecto rochoso e laranja ficando com uma força brutal.
A parte que eu não compreendo é porque é que alguém que decide fazer algo claramente ilegal e perigoso, decide levar aqueles mais queridos a ele consigo. Quanto a Ben Grimm até compreendo. Afinal ele era piloto de aviões. Agora levar a rapariga de quem gostamos e o irmão adolescente consigo... É algo do estilo "Tás a ver como gosto de desafiar o perigo? Sou bué de mau!! Mostra aí ao pirralho do teu irmão o que é ter estilo. É ser um nerd que só vê ciência e que faz cenas perigosas!" Ou então, melhor ainda: "Tás a ver como sempre te consigo levar às estrelas? Agora cuidado porque provavelmente vamos todos morrer."

Após esta introdução, é-nos revelado o motivo desta convocação. O seu primeiro vilão, o Toupeira (Mole Man) envia monstros do sub-solo para a superfície como  forma de vingança contra a humanidade que sempre o tratou mal pelo seu aspecto.
 Esta revista mostra ainda um pouco da direcção que a Marvel levava até agora com histórias de monstros. De notar que nesta história, os Fantastic Four ainda não usavam os uniformes azuis que vieram a caracterizá-los, usando no seu lugar uns fatos-de-macaco roxos.

Esta revista deu inicio à chamada Marvel Age of Comics. Stan Lee na altura estava disposto a abandonar o ramo dos comics após duas décadas mas devido ao sucesso inesperado que esta revista teve, continuou. Começou a publicar as cartas dos fãs numa coluna a partir do número 3. Também a partir da revista 3, começaram a usar uniformes a partir de uma sugestão de um fã e a revista começou a usar o slogan "The Greatest Comic Magazine in the World!" ( A maior revista de Comics do Mundo), passando na revista seguinte a usar o slogan "The World's Greatest Comic Magazine!".

2 comentários:

  1. Mais um belo texto. Mais uma vez usas o sentido de humor ahah. Eu que não gosto nada de comics estou adorar ler isto e realmente esta a cativar-me.

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  2. Esqueceste-te de indicar o som característico dos raios cósmicos, que passaram a utilizar sempre que recordavam a sua origem. "Tic tic tic tic...tic tic..." (imaginem o painel cheio)

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