quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Spider-man - Amazing Fantasy Nº 15

Jovens adolescentes, franzinos e caixa-de-óculos eram o público alvo dos comics nas décadas de 50 e 60. Foi precisamente um personagem igual ao público alvo que Stan Lee quis criar para um super-herói em 1962, alguém com quem os jovens se pudessem identificar, alguém que tinha problemas comuns da adolescência. Na época, os heróis adolescentes eram apenas vistos como sidekicks de grandes heróis já estabelecidos. O Batman tinha o Robin, o Flash tinha o Kid Flash, o Aquaman tinha o Aqualad... isto apenas para dar alguns exemplos.
Stan Lee falou com Jack Kirby sobre a sua ideia mas não gostou dos desenhos que Kirby lhe mostrou. Não que fossem maus. O personagem parecia demasiado heróico e não era isso que Lee tinha em mente. Stan Lee então falou com Steve Ditko e os resultados foram muito satisfatórios.
A sua primeira aparição foi na revista Amazing Fantasy Nº15 de Agosto de 1962, a última edição desta revista, surgiu então o Homem-Aranha numa história de 13 páginas auto-intitulada "Spider-man". E que conceito revolucionário que foi. A história mostrava-nos Peter Parker, um jovem de 15 anos (idade revelada durante a maxi-saga "Civil War" de 2007), cuja paixão pela ciência e o aspecto "marrão" o punha de parte pelos outros colegas de escola. Nas primeiras páginas nota-se o insucesso que tinha com as raparigas e o gozo do qual era alvo pelos colegas.
Qualquer jovem poderia se identificar nestas páginas. 
Peter vai assistir a uma demonstração de radioactividade e, sem que ninguém reparasse, uma aranha passa pelo meio dos raios radioactivos. A aranha radioactiva acaba por morder Peter Parker dando-lhe poderes equivalentes aos de uma aranha. Peter apercebe-se quando, ao quase ser atropelado por um automóvel, sente uma espécie de sexto-sentido (o famoso sentido de aranha) que o alerta do perigo e salta agarrando-se à parede de um prédio. Peter escala a parede como uma aranha e, chegando ao topo, dobra um cano de aço como se fosse papel. Peter apercebe-se da agilidade e  dos poderes que a aranha lhe passou e decide fazer um teste entrando num ringue de luta-livre.
Por 100 dólares, teria de se manter dentro de um ringue com um wrestler profissional chamado Crusher Hogan. Peter usa um disfarce para não o reconhecerem porque caso perdesse seria a chacota da escola novamente e acaba por ganhar facilmente o prémio. Um produtor de televisão vê o combate e contrata-o, pedindo-lhe que mantive-se uma máscara para manter a aura de mistério. É aqui que vemos aquilo que nós faríamos se estivéssemos no lugar de Peter Parker. Não seria pela verdade e pela justiça que iríamos usar estes poderes. Seria pela fama, pela glória e pelo dinheiro. Novamente Stan Lee mostrou a capacidade da Marvel de criar personagens não só com virtudes mas também com grandes defeitos.

Peter chega a casa onde vivia com os seus tios, Ben Parker e May Parker, e cria o famoso uniforme do Homem-Aranha e um dispositivo colocado nos pulsos que lhe permitiria lançar um fluido criado por si que iria se assemelhar a teia de aranha.
O Homem- Aranha torna-se um sucesso de TV e Peter, embriagado pelo sucesso, deixa fugir um ladrão por não ser o trabalho dele.

Um dia chega a casa, descobre que o seu tio Ben foi brutalmente assassinado por um assaltante. Enraivecido, persegue o assaltante até um armazém abandonado onde o confronta. Após o derrotar, verifica que é o mesmo ladrão que anteriormente tinha deixado fugir. Se Peter o tivesse apanhado, o seu tio estaria vivo. Assim, aprende a grande lição de que, com grande poder deve vir também grande responsabilidade.
O sucesso comercial foi tão grande que em Março de 1963 o Homem-Aranha ganhou a sua própria revista (The Amazing Spider-man) e tornou-se o personagem mais bem sucedido da Marvel.

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